Chegámos à recta final de um ano cheio de trabalho e é altura de reflectir acerca de tudo o que passou. Levar a cabo um projecto de tão grande porte não é uma tarefa fácil e exigiu de nós uma grande dedicação… Mas como com vontade tudo se consegue, o projecto “Diferentes Pessoas, Diferentes Linguagens” terminou o ano da melhor forma, com dois dias cheios de diversão e que muito agradaram aos alunos convidados e ao grupo também.
Como sabem e, tal como referi nas reflexões anteriores, por detrás de todo este projecto está um imenso trabalho. Foi no início do 1º Período que escolhemos o nosso tema e a partir daí decidimos aquilo que iríamos tratar. Como suporte, criámos um blogue para o grupo (http://linguagensap.blogspot.com) onde ao longo do ano colocámos informação teórica sobre o tema, algumas curiosidades e também as novidades do grupo. Para além disso disponibilizámos, também, um inquérito para que os cibernautas pudessem dar o seu contributo. Os resultados mostram que a linguagem mais conhecida é, tal como previsto, a linguagem verbal, pois é utilizada a toda a hora. O único facto estranho a realçar é que de entre as 24 pessoas que votaram, apenas 19 indicaram a linguagem verbal como uma das linguagens com as quais contactaram. Daqui posso tirar duas conclusões, ou tivemos realmente pessoas com deficiências auditivas a votar no nosso questionário, ou as restantes não têm o devido conhecimento acerca das linguagens. E é para isso que estamos cá nós :D um dos nossos objectivos era dar a conhecer à comunidade os vários tipos de linguagens com que se deparam no dia-a-dia.
Já em 2009, conseguimos um período muito produtivo. Pode dizer-se que foram 3 meses cheios de informações novas a chegar e que nos trouxe muita vontade de continuar a trabalhar. Entre elas as estatísticas que conseguimos através dos inquéritos aos alunos e a partir dos quais conseguimos compreender de que forma a comunidade escolar lida com o tema. Embora não haja um conhecimento muito profundo, os alunos mostram alguma preocupação nomeadamente em relação aos portadores de deficiências visuais e auditivas. Foi também no 2º Período que vivenciámos um dos momentos altos do projecto, a visita à Escola da Malagueira e o contacto com a Marta, uma menina surda, e com a professora Ana Paula Garrido que a acompanha ao longo dos seus dias. A Marta é uma menina incrível, mostra muita força e uma vontade imensa de superar o problema que tem. O facto de não ouvir não a impediu de comunicar connosco e de, com muita alegria, nos mostrar as suas coisas =] A professora Ana Paula é um grande pilar na vida da Marta e de todos os meninos surdos daquela escola. É ela que os acompanha e que faz com que possam aprender e ter uma vida normal como todas as crianças. E esta dedicação estava presente nas suas respostas ao nosso questionário onde afirma que “É uma mais-valia trabalhar com estes alunos tanto a nível profissional como pessoal. Estabelecemos relações de confiança, de respeito, de salutar convívio para além da relação de trabalho sempre presente, de professor/aluno.”
E, por fim, chegou o 3º Período, o momento de todas as revelações e de mostrarmos realmente aquilo que valemos. Tudo passou muito rápido… Desta vez resolvemos testar o conhecimento dos professores nesta área e conseguimos concluir que os mesmos estão bem mais conscientes acerca destes problemas, uma vez que, alguns deles, já contactaram com crianças com problemas de audição e visão e tiveram algumas dificuldades em comunicar com elas. Os professores afirmam que é necessário haver uma formação especializada ao nível dos currículos dos cursos de ensino para o contacto com estas crianças. Falando agora acerca do produto final, optámos por dividi-lo em dois dias, cada um dedicado a um dedicado a diferentes tipos de linguagem. No dia 18 de Maio, estreámo-nos com uma aula de expressão corporal, dinamizada pela nossa fantástica convidada, a Ana Isa Vieira a quem desde já quero deixar um MUITO OBRIGADO por ter tornado tudo tão perfeito. Com toda a sinceridade, adorei a sessão, adorei a forma como conseguimos que todos os participantes se divertissem e adorei a mensagem que foi transmitida. Nada disto seria possível sem a colaboração da Ana! Penso que, tal como eu, os meus colegas e todos os alunos que participaram connosco, adoraram =] No dia seguinte, optámos por juntar duas linguagens utilizadas pelas pessoas portadoras de deficiências visuais e auditivas, nomeadamente o braille e a língua gestual. O principal objectivo desta sessão era chamar a atenção dos participantes para o quanto é difícil para a comunidade cega e surda comunicar e ultrapassar as lides do dia-a-dia. E penso que o objectivo foi cumprido. Foi muito gratificante para o grupo ouvir os alunos a dizer “É mesmo difícil ser cego” =] Por mim, passava o resto dos dias do ano lectivo a transmitir estas ideias…
Fazendo um balanço final, sobreponho em grande escala as coisas boas às negativas. Embora ao principio não houvesse uma tão grande entrega ao projecto, aos poucos fui-me envolvendo de tal forma até que me deixei vencer por este mundo cheio de tantas linguagens. Aprendi, aprendi muito. Não tanto ao nível da teoria mas sim da experiência de vida. Foi fantástico o contacto com a Marta! Foi sem dúvida o que mais me fascinou. Talvez porque na nossa sociedade não há tantas possibilidades de haver este contacto com pessoas surdas. E depois de ter visto tanta alegria espelhada nos olhos dela por nós estarmos ali presentes fiquei ainda com uma maior vontade de voltar a lidar com estas crianças e de aprender esta “nova” linguagem.
O mundo está recheado de pessoas, umas mais importantes, outras nem tanto. Cada uma com uma linguagem própria, um mundo novo a descobrir. É impossível conhecê-las todas tal como é igualmente difícil dominar todas as linguagens. Mas há uma que todos temos dentro de nós, uma universal… a linguagem do coração.
Obrigado Área de Projecto 2008/2009*
Como sabem e, tal como referi nas reflexões anteriores, por detrás de todo este projecto está um imenso trabalho. Foi no início do 1º Período que escolhemos o nosso tema e a partir daí decidimos aquilo que iríamos tratar. Como suporte, criámos um blogue para o grupo (http://linguagensap.blogspot.com) onde ao longo do ano colocámos informação teórica sobre o tema, algumas curiosidades e também as novidades do grupo. Para além disso disponibilizámos, também, um inquérito para que os cibernautas pudessem dar o seu contributo. Os resultados mostram que a linguagem mais conhecida é, tal como previsto, a linguagem verbal, pois é utilizada a toda a hora. O único facto estranho a realçar é que de entre as 24 pessoas que votaram, apenas 19 indicaram a linguagem verbal como uma das linguagens com as quais contactaram. Daqui posso tirar duas conclusões, ou tivemos realmente pessoas com deficiências auditivas a votar no nosso questionário, ou as restantes não têm o devido conhecimento acerca das linguagens. E é para isso que estamos cá nós :D um dos nossos objectivos era dar a conhecer à comunidade os vários tipos de linguagens com que se deparam no dia-a-dia.
Já em 2009, conseguimos um período muito produtivo. Pode dizer-se que foram 3 meses cheios de informações novas a chegar e que nos trouxe muita vontade de continuar a trabalhar. Entre elas as estatísticas que conseguimos através dos inquéritos aos alunos e a partir dos quais conseguimos compreender de que forma a comunidade escolar lida com o tema. Embora não haja um conhecimento muito profundo, os alunos mostram alguma preocupação nomeadamente em relação aos portadores de deficiências visuais e auditivas. Foi também no 2º Período que vivenciámos um dos momentos altos do projecto, a visita à Escola da Malagueira e o contacto com a Marta, uma menina surda, e com a professora Ana Paula Garrido que a acompanha ao longo dos seus dias. A Marta é uma menina incrível, mostra muita força e uma vontade imensa de superar o problema que tem. O facto de não ouvir não a impediu de comunicar connosco e de, com muita alegria, nos mostrar as suas coisas =] A professora Ana Paula é um grande pilar na vida da Marta e de todos os meninos surdos daquela escola. É ela que os acompanha e que faz com que possam aprender e ter uma vida normal como todas as crianças. E esta dedicação estava presente nas suas respostas ao nosso questionário onde afirma que “É uma mais-valia trabalhar com estes alunos tanto a nível profissional como pessoal. Estabelecemos relações de confiança, de respeito, de salutar convívio para além da relação de trabalho sempre presente, de professor/aluno.”
E, por fim, chegou o 3º Período, o momento de todas as revelações e de mostrarmos realmente aquilo que valemos. Tudo passou muito rápido… Desta vez resolvemos testar o conhecimento dos professores nesta área e conseguimos concluir que os mesmos estão bem mais conscientes acerca destes problemas, uma vez que, alguns deles, já contactaram com crianças com problemas de audição e visão e tiveram algumas dificuldades em comunicar com elas. Os professores afirmam que é necessário haver uma formação especializada ao nível dos currículos dos cursos de ensino para o contacto com estas crianças. Falando agora acerca do produto final, optámos por dividi-lo em dois dias, cada um dedicado a um dedicado a diferentes tipos de linguagem. No dia 18 de Maio, estreámo-nos com uma aula de expressão corporal, dinamizada pela nossa fantástica convidada, a Ana Isa Vieira a quem desde já quero deixar um MUITO OBRIGADO por ter tornado tudo tão perfeito. Com toda a sinceridade, adorei a sessão, adorei a forma como conseguimos que todos os participantes se divertissem e adorei a mensagem que foi transmitida. Nada disto seria possível sem a colaboração da Ana! Penso que, tal como eu, os meus colegas e todos os alunos que participaram connosco, adoraram =] No dia seguinte, optámos por juntar duas linguagens utilizadas pelas pessoas portadoras de deficiências visuais e auditivas, nomeadamente o braille e a língua gestual. O principal objectivo desta sessão era chamar a atenção dos participantes para o quanto é difícil para a comunidade cega e surda comunicar e ultrapassar as lides do dia-a-dia. E penso que o objectivo foi cumprido. Foi muito gratificante para o grupo ouvir os alunos a dizer “É mesmo difícil ser cego” =] Por mim, passava o resto dos dias do ano lectivo a transmitir estas ideias…
Fazendo um balanço final, sobreponho em grande escala as coisas boas às negativas. Embora ao principio não houvesse uma tão grande entrega ao projecto, aos poucos fui-me envolvendo de tal forma até que me deixei vencer por este mundo cheio de tantas linguagens. Aprendi, aprendi muito. Não tanto ao nível da teoria mas sim da experiência de vida. Foi fantástico o contacto com a Marta! Foi sem dúvida o que mais me fascinou. Talvez porque na nossa sociedade não há tantas possibilidades de haver este contacto com pessoas surdas. E depois de ter visto tanta alegria espelhada nos olhos dela por nós estarmos ali presentes fiquei ainda com uma maior vontade de voltar a lidar com estas crianças e de aprender esta “nova” linguagem.
O mundo está recheado de pessoas, umas mais importantes, outras nem tanto. Cada uma com uma linguagem própria, um mundo novo a descobrir. É impossível conhecê-las todas tal como é igualmente difícil dominar todas as linguagens. Mas há uma que todos temos dentro de nós, uma universal… a linguagem do coração.
Obrigado Área de Projecto 2008/2009*